Nesta sexta-feira, 13 de novembro, comemora-se o “Dia Mundial da Gentileza” ou “World Kindness Movement”, cujo objetivo é despertar a atenção das pessoas para a importância de atitudes gentis na construção de um mundo mais amável e justo. A data foi estabelecida durante uma conferência entre profissionais de diversos países, em 1996, em Tóquio.
Atitudes como desejar que as pessoas tenham um bom dia, oferecer água ou café, abrir a porta para alguém passar ou até mesmo pegar algum objeto caído no chão são demonstrações de gentileza. Estas, segundo especialistas, têm relação direta com a configuração do ambiente, a influência das relações familiares e a índole de cada indivíduo. “A família, bem como um ambiente harmônico e propício contribuem para a formação de um indivíduo gentil”, defende o psicólogo Paulo Wenderson.
A pedagoga Tecla Mello afirma que a formação de uma pessoa, que implica também no agir ou não de forma gentil, é resultado da interação entre o comportamento que traz em si desde o nascimento e o ambiente no qual está inserido.
Segundo ela, ao longo da vida, essa interação proporciona o desenvolvimento da auto-gentileza e a partir daí a gentileza com os outros. “Tem que ser gentil consigo mesmo para depois ser com os outros. As pessoas não podem oferecer aquilo que elas não têm”, afirma Mello.
No blog Cidadão Repórter, alguns leitores são enfáticos ao responder se costumam praticar gentilezas no dia a dia. Foi o caso de Carlos Machado: “Claro. Todo dia, toda hora, em casa, no trabalho e principalmente no trânsito. Parar na faixa não só e obrigatório como também uma gentileza tamanha, dar passagem ao pedestre, aos carros em geral. Você se sente com a alma lavada, vê no semblante das pessoas a satisfação de terem sido contempladas com uma gentileza”.
Outros chamam atenção para os gestos nada gentis que algumas pessoas expressam quando estão diante de uma gentileza. “Eu sou extremamente gentil, as pessoas até comentam com minha mãe. É muito legal ser educado, pena que muitas pessoas não são, nem respondem quando você fala ‘obrigada’, ‘bom dia’ e outros. Tem tanta gente mal educada, que dá até medo falar. Pra mim é uma satisfação ser gentil, tanto que educo meus filhos para serem gentis e educados”, aponta Gabrielle Conceição.
A opinião de Conceição é reforçada pelo leitor Gilvã Osvaldo dos Santos que acredita que “um dos princípios básicos da educação é a gentileza. Se todos tivessem o mínimo de racionalidade e personalidade para pedir desculpas, licença e agradecer sempre, muitas truculências e atrocidades que vivenciamos, no dia a dia, teriam um outro final”.
Para o psicólogo Paulo Wenderson, esse medo da gentileza está associado à vida nos grandes centros urbanos, onde as pessoas dedicam pouco tempo ao relacionamento entre si. “Faltam espaços para as pessoas se relacionarem. Todos os espaços, nos grandes centros, são pagos. A própria rua é programada para desenvolver e resolver problemas individuais e não coletivos. Nessas localidades, as relações são voltadas para o indivíduo”, explica Wenderson.
O psicólogo diz que o ideal seria projetar espaços voltados para o coletivo, favoráveis às atitudes gentis. “Na verdade, essas pessoas querem a gentileza, mas por receio acabam apostando em uma estratégia que complica ainda mais a vida nesses centros. A gentileza é um bem intangível e importante para a sociedade se desenvolver, uma vez que uma sociedade gentil produz mais qualidade de vida para as pessoas”, afirma.
Comemoração nacional – No Brasil, o “Dia da Gentileza” também é comemorado em 29 de maio, data em que José Datrino, o profeta Gentileza, faleceu aos 79 anos. O profeta tinha como lema “Gentileza gera gentileza” e andava pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro espalhando palavras, gestos e escritos de incentivo a atitudes gentis entre as pessoas. Da Avenida Brasil até o Centro da cidade, Gentileza chegou a pintar 55 painéis sob os viadutos.
Ele costumava dar flores às pessoas que chegavam na barca de Niterói para trabalhar na cidade. “Gentileza saía pela Uruguaiana pedindo flores aos donos de floriculturas e quando juntava uma boa quantidade distribuía para as pessoas que chegavam para trabalhar”, conta o jornalista André Holanda, que morou no Rio de Janeiro quando o profeta ainda era vivo.
“Lembro-me muito da sensação de passar de ônibus e ver os escritos dele. Eu trabalhava oito horas por dia, estudava e ainda tinha que enfrentar um trânsito horrível... Em meio àquela correria, tinha as mensagens simpáticas de amor e gentileza para as pessoas, que a gente ia olhando pelo ônibus”, conta. “Mas nós não dávamos muito valor, ler aquilo era uma coisa de distração. Foi quando tiraram que todo mundo sentiu falta”, completa o jornalista.
Euzeni Daltro
2 comentários:
Sara, minha querida amiga,
Tem mais um selo prá você.
Passa no meu blog, tá bom?
Beijo
Minha amiga
Ninguém dá o que não tem, né?
Por isso, se queremos que as pessoas nos respeitem, respeitemos nós antes respeitando a nós mesmos. Haja tanto respeito...rs
Feliz dia da gentileza, doce amiga!!!
Beijo
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